Quais os rumos da publicidade para 2022?

Um dos melhores exemplos da força desse fenômeno é a relação entre o Papai Noel e a Coca-Cola. Essa ligação é tão forte que ultrapassa gerações. Os presentes e a roupa vermelha do bom velhinho dão o toque especial da criação publicitária mais bem sucedida da história.

“Comunicação e criatividade são características essenciais para a construção de uma marca vencedora.” Ricardo Dias, fundador da Adventures

Acontece que a pandemia acelerou ainda mais essas mudanças, reduzindo as previsões de planejamento, que antes eram anuais, para períodos mais curtos. Alguns setores adotaram revisões semestrais, e até mesmo trimestrais, para ajustar seus projetos em andamento.

Quais os rumos da publicidade para o próximo ano?

• A primeira questão é que a ciência de dados, integrada às redes sociais, e plataformas digitais está cada vez mais apurada, fornecendo informações precisas sobre hábitos de consumo, localização, renda per capita, gênero, entre outros, dando aos gestores, um panorama, quase que em tempo real, dos resultados das ações promovidas pelas empresas. Essas métricas são analisadas e fornecem as coordenadas para que se possam tomar decisões mais assertivas, antes mesmo do final de cada promoção.

• O segundo ponto é que, com mudanças ocorrendo de forma mais acelerada, o que é considerado tendência hoje, pode ser completamente inadequado daqui a um ano. Portanto, estratégias mais curtas oferecem um leque maior de possibilidades e campanhas mais oxigenadas.

O que garante o sucesso desse mecanismo?

Nada! A resposta parece evasiva, mas não é. Para ter certeza de um fato é necessário abrir mão de todos os outros e eu acredito que você não está disposto a isso, certo? Para alcançar bons resultados, os testes são fundamentais. Não existe perfeição, mas testar é o caminho para escalar grandes resultados e alcançar a alta performance.

Um exemplo interessante de adequação de estratégia é o da Ambev, empresa de bebidas, que no início da pandemia, direcionou parte da sua produção de cervejas, para produzir álcool em gel destinado a hospitais públicos, além de realizar doações para profissionais do setor de eventos, trabalhadores duramente afetados nos dois últimos anos. As iniciativas causaram um forte impacto positivo para a marca, em meio a uma crise global.

Ambev vai fabricar álcool em gel a partir de produção de cerveja

Ambev doa R$ 1.2 mi para profissionais de eventos de Salvador

Quais são os rumos da publicidade para o próximo ano?

• Marketing de Influência

Existe uma grande aposta no marketing de influência. Os influenciadores digitais têm conquistado o respeito das marcas, que, por sua vez, têm mudado a linguagem diante desse público.

O que tem ocorrido é uma naturalização da comunicação das marcas, por meio de influenciadores, que expressam um propósito genuíno. As marcas que transmitem sua verdadeira essência têm mais credibilidade, desde que isso esteja no seu DNA.

• Propósito

Encontrar um propósito é o grande desafio das marcas, pois está além do que se possa produzir em uma linha de montagem, está ligado ao que se busca alcançar: uma finalidade, um intuito e isso é muito subjetivo. O propósito é a razão por que uma marca existe, ao contrário do que ela produz, o propósito é a transformação que ela causa. Acrescente um propósito junto aos objetivos da empresa: Missão, Visão e Valores, e pratique cada um deles para se destacar no mercado.

Propósito de marca: o que é e como criá-lo em sua empresa

• Posicionamento Social

Ter um posicionamento social bem definido é fundamental para o novo momento. Causas sociais são cada vez mais recorrentes no meio publicitário. Ficar isento, pode causar uma falsa impressão de neutralidade, um caminho perigoso diante de consumidores que buscam atitude e autenticidade. Posicionamento social não é necessariamente um posicionamento político, embora ambos estejam atrelados.

Empresas que defendem um ponto de vista, alinhado a um propósito, são consideradas mais humanizadas, ao ponto de causar a sensação de estarem compartilhando valores de vida com seus consumidores.

79% dos brasileiros querem que as marcas tenham posicionamento político e social

A tela do celular é o novo espaço nobre

O ponto de virada da questão é que os espaços nobres da mídia tradicional, com suas produções cinematográficas, estão abrindo caminho para vídeos produzidos com celulares e aplicativos gratuitos. No lugar de prestar atenção, quase que de maneira obrigatória, o consumidor, agora, empresta atenção de forma voluntária em troca de experiências personalizadas e únicas. Estratégias multi-telas, ou seja, que atingem diferentes canais de comunicação, com objetivo de ampliar a experiência do cliente, estão mais presentes do que nunca em nosso dia a dia.

Atualmente, 63 milhões de brasileiros já acessam dois tipos de telas simultaneamente e ao menos 30 milhões chegam a estar em três telas ao mesmo tempo. A combinação mais comum é a de TV e smartphone – 68% dos usuários têm esse hábito, segundo dados do Google.

Como ser multi-telas sem ser intrusivo?

A resposta está no conteúdo! Cada vez mais a relevância tem se destacado diante do alcance. Não basta que a mensagem chegue até o público alvo, é necessário ser importante e ter valor.

Conclusão

A ficha caiu? Espero que sim, pois o consumidor acordou e está cada vez mais exigente. Aproveite esse ponto de virada do mercado para ser transparente com seus consumidores e utilize a publicidade como uma ferramenta de transformação.